"Estas modernices das redes sociais"

Eu ainda sou do tempo em que o telemóvel era proibido à mesa em família, a internet só se usava nas aulas de TIC e a primeira experiência "ciber social" foi no Hi5.
Sou do tempo das sessões fotográficas em grupo para ter mais visualizações e comentários na foto de perfil, ah! e quem não se lembra do Msn. Ai o Msn, onde o estado de espírito era partilhado nas frases de boas vindas e quando querias dar nas vistas entravas e saias. 😁

E não, não são os meus 25 anos que fazem de mim velha, o que me faz envelhecer é esta vontade de uma geração mais antiga que a minha, controlar e viver a mocidade dos dias de hoje.

Modernizam-se, elevam-se, acompanham e quem é que os segura!

Há umas semanas atrás, a pedido do meu pai, lá lhe criei um Instagram. Bom, para mim aquilo ia ser uma motivo de risota, vá-se lá saber o que o meu velhinho queria daquilo, se nunca ele tinha experimentado navegar numa rede social. 

          - Tens a certeza? - Perguntei-lhe eu com a cara de gozo e voz de preocupada.
          - Tenho, eu tenho de acompanhar o mundo, breve sou avô e nem um Instagram tenho.

Não sei se a minha cara era de espanto ou aterrorização, mas o sentimento, esse era de orgulho. O velhote está a evoluir. 

Passou-me, mas cá de uma maneira.

Levem-me se algum dia imaginei chegar a ver a geração dos meus pais uns autênticos inovadores e adeptos de redes sociais, partilhas e troca de informações, imagens, contactos e afins.
Se algum dia eu imaginei um iPhone nas mãos daquele que sempre foi apologista da "independência informática".

Hoje faz Instadirect, partilhas e até já tem um grupo de amigos. É um consumidor de informação, está a par de tudo e até já segue as tendências do vocabulário juvenil. Valha-me Deus se algum dia o conseguir apanhar. 

  

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