A importância de uma família coesa e estruturada.


Todas as famílias têm os seus quês e porquês.
Na verdade não há quem possa garantir que "aquela" família seja contemplada pela perfeição. Os altos e baixos, os dias bons e maus, os obstáculos e as barreiras assombram cada um de nós, individualmente ou em grupo. Chega para todos!
Mas, é nestas peripécias da vida que se acentuam as forças e as capacidades, desenvolvem-se os sentimentos e reflete-se a importância das coisas.

Pois bem, haverá algo mais importante que a família? Na hora da verdade, NÃO.
Entenda-se por família os órgãos mais chegados ou mais presentes nas nossas vidas. Por norma, os pais e os irmãos são o alicerce do nosso mundo. São eles que partilham connosco o mesmo espaço, as mesmas refeições, as mesmas conversas, o mesmo ambiente e até, por vezes, os mesmos problemas.

É importante, ao longo da nossa vida, a presença de uma família coesa e unida. 
A presença do pai e da mãe, na vida do filho, é essencial mas, mais do que figuras parentais, é fundamental uma família estruturada. Independentemente da idade ou do género, um filho precisa de crescer com atenção, carinho, apoio, regras, noções da realidade e dos seus limites. E, só uma família estruturada e plena consegue trabalhar estes elementos de modo a proteger aquele que um dia será jovem, acompanhando e respondendo às necessidades do seu desenvolvimento.

A criança que se desenvolve sem apoio emocional, sem uma escola que estimule o seu potencial, sem atividades ocupacionais nos tempos livres e ainda com uma lacuna no seu meio familiar, precisa de ter uma enorme autoestima e persistência para conseguir planear um projeto de vida. Quando há uma ausência destes factores, cruciais para o desenvolvimento pessoal, as crianças, que entretanto entram na fase da adolescência, são mais propicias a envergar por um túnel de problemas, nomeadamente a droga, o álcool, gravidez precoce, entre outros caminhos de longa recuperação.


A família é o espelho dos que a constituem.
Uma família coesa é, maioritariamente, livre. É estruturada com dois pilares (pais) que, através da comunicação, de atividades e das regras, estimulam nos seus rebentos normas sociais e morais, limites dentro dos parâmetros razoáveis e aceitáveis, ensinam e educam. Este é um trabalho árduo mas com retornos, sejam eles positivos ou negativos.
O ambiente que se tem em casa é o nosso reflexo na sociedade - As pessoas constroem-se na família - e entenda-se isto como a construção de um individuo equilibrado ou desequilibrado.

Há regras básicas numa estrutura familiar que, quando inexistentes, se refletem no desenvolvimento dos indivíduos. 
A comunicação e a partilha de experiências é dos pontos principais para a liberdade de expressão interfamiliar. É importante que as crianças, desde o inicio das suas pequenas conversas, entendam que a comunicação em casa é livre. Não há medos nem receios, todos os temas são bem vindos para serem abordados e esclarecidos;
O apoio é fundamental para uma união coesa. É essencial todos os elementos se sentirem protegidos, principalmente as crianças e os adolescentes. Nas fases de desenvolvimento e de mudanças radicais, como o inicio da vida escolar, a adolescência, as mudanças de escola, perdas ou ausências de pessoas chegadas, são alterações que, para quem ainda está em constante desenvolvimento da sua personalidade e crescimento, há uma acrescida necessidade de apoio e proteção. E, é na família que esse apoio deve ser encontrado, as crianças devem sentir que estão num mundo que é delas e que há ali alguém que nunca permitirá que alguém ou algo lhes faça mal.
As normas e as regras (em conta, peso e medida) são as maiores aliadas para uma família organizada. São a base da "boa educação". Não há nada neste mundo que funcione sem regras, até uma simples máquina de lavar. E, até mesmo a máquina, quando as regras não são respeitadas não tem como funcionar. A família, a sociedade, a escola, o trabalho, as relações, tudo! Tudo precisa de normas, de limites e regras para que, mesmo com toda a liberdade que o ser humano precisa, exista o bom senso, a educação e as boas normas morais e sociais;
A estabilidade, este é, para mim, o último elemento básico e é tão ou mais importante que os outros todos. A estabilidade emocional de uma família reflete-se, intrinsecamente, em cada elemento que a constitui.
Os adultos são influenciados por problemas oriundos de diversas situações. Problemas relacionados com as suas respetivas famílias, no trabalho, financeiros ou assuntos extra familiares, a vida trata-se de criar obstáculos que perturbam tanto aquele que a vive como os que o rodeiam. E, são estes problemas que, por sua vez, são transmitidos para aqueles com quem se partilha a vida familiar. Esses, são os mesmos problemas que, quando não são bem geridos, por parte daquele que os vive, vai criar uma lacuna familiar, vai desproteger aquela coesão que tantas vezes se dissera inabalável. E é nestas situações em que as crianças e adolescentes, terceiros destes problemas, sentem a força dos mesmo. Por norma, tendem a sentir-se desprotegidos, sentem-se consequentes de situações transcendentes das quais nem sabem de onde surgiram. Cria-se o mal estar, a falha na comunicação, o desinteresse e uma consequente rotura. A estabilidade é, assim, o reflexo familiar e sua sustentabilidade é difícil.

As crianças de ontem, são os adolescentes de hoje e os adultos de amanhã.
As experiências (boas ou más) vividas ao longo do nosso processo de desenvolvimento irão sempre refletir-se no futuro. E cabe ao sistema familiar a responsabilidade de acompanhar, apoiar, encaminhar e educar, para que as reflexões futuras não sejam desestruturaras e desequilibradas.

Comentários

Mensagens populares