Quem Casa quer Casa e quem não Casa também.


Só quem nunca andou à procura de um cantinho para viver é que não sabe o flagelo na hora da procura. Entre sites, revistas e imobiliárias a oferta é inúmera mas nem sempre é fácil de encontrar aquela menina dos nossos olhos.
Começo a achar que a vida nos convida a fazer como no antigamente, quando viviam todos "ao molho e fé em Deus" em casa dos seus pais, acomodando-se, e livravam das suas vidas todas as despesas e preocupações.


Desde os tempos da faculdade que, isto de procurar um sitio para viver, me derretia os miolos, me secavam as pupilas e me punha os nervos em franja. Ora é o sitio que é distanciado, ou é a degradação das casas (são estudantes, qualquer coisa serve), ou é o preço absurdo por um cubículo de quatro paredes ao alto (salve-se quem poder) ou melhor ainda, aqueles contratos clandestinos (vá-se lá entender as clausulas daquilo). Quem conseguiu um bom sitio à primeira não sabe a bela sorte que lhe calhou na vida, diria mesmo que nasceu com o rabo virado para a lua.

Hoje seca-me a paciência toda esta procura, toda esta falta de senso e sentido de oportunidade. Serei a única a achar que a procura de casa é um bicho de sete cabeças? Um aproveitamento pontual da fragilidade de alguém que anda numa procura incessante de um sitio para viver. Já para não falar do valor brutal que estão a aplicar às coisas. 

Na hora de decidir que a casa onde vivemos já não é bem o sitio certo para estar é preciso traçar um objetivo mas, para lá chegar, é necessário definir pontos. 

O primeiro e, talvez, o mais importante é a decisão de que tipo de ação queremos fazer. A questão é simples já a resposta é, muito provavelmente, mais complexa. "Quero comprar ou arrendar?"
Para tomar esta decisão há questões a ter em atenção:

  • Viver naquele determinado local é uma ação temporária ou permanente?

  • No seu trabalho está a contrato ou efetivo na empresa?
    O facto de o seu futuro na empresa onde trabalha não ser certo não aconselho a compra de um imóvel, porque caso o seu contrato não seja renovado a sua procura de um novo emprego restringe-o àquele local, causando ainda mais dores de cabeça. Ou na pior das hipóteses, no caso de o contrato não ser renovado fica em causa as suas obrigações para com o banco, caso contraia um crédito habitação. Nestes casos eu aconselho o arrendamento porque em qualquer das hipóteses anula o contrato de arrendamento e refaz a sua vida num outro local.

  • Qual o tipo de imóvel que pretende?
    Uma moradia ou um apartamento? Eis a questão. Tudo depende do gosto de cada um, mas às vezes o limite de valor apropriado a ser gasto crucial na tomada de decisão.

  • Vai viver sozinho ou acompanhado?
    Esta parte é importante, pois as questões anteriores devem ser feitas para ambos e o que se enquadra num pode não ser o mais apropriado para o outro. É preciso ponderar bem.
Em ambas as decisões, se é jovem, então saiba que terá apoios.


Crédito Habitação Jovem 

Sozinho ou em casal, grande parte dos jovens que optem por comprar uma habitação, têm de recorrer a um crédito habitação. Hoje, os bancos têm prazos de pagamento mais alargados que, pode atingir o prazo entre 40 a 50 anos. Na maioria dos casos, em inicio de vida, os recursos financeiros (poupanças) tendem a ser baixos, o que nem sempre permite um investimento inicial a quando do pedido do financeiramente. Grande parte dos casos, a intenção é que a instituição bancária ceda o valor que represente a totalidade do investimento, no entanto nenhuma financia os 100% do valor do imóvel. Para converter esta situação o melhor é estudar o mercado bancário, pedir simulações em várias entidades e juntamente com os gestores verificar qual será a instituição que lhe oferece mais vantagens. 
Até meados de Junho de 2016, para além do alargamento dos anos de pagamento (40 a 50 anos), havia instituições bancárias que ofereciam uma campanha muito apelativa em que ao longo dos primeiros 8 anos as  prestações mensais eram pagas sobre um valor minimo estipulado, isto era uma medida de carência de uma parte do capital emprestado, que até então terá terminado.
Contudo, há sempre opções que permite obter vantagens no que diz respeito à diminuição do valor das  prestações, ajudando nos encargos do inicio de vida.
No entanto, recomendo sempre a procura de várias propostas de crédito habitação de maneira a encontrar a melhor solução para cada caso.


Arrendamento Jovem

Para quem a opção do arrendamento é a mais viável há também benefícios para os jovens. O Estado tem um programa de apoio ao arrendamento jovem, Porta 65, que aplica um desconto no valor da renda.
Durante três anos consecutivos, os jovens com idades entre os 18 e os 30 anos podem beneficiar de uma redução de 50% da renda, no segundo ano a redução é de 35% e no terceiro ano reduz 25% do valor total da renda.
Todos os anos, por norma, abre dois processos de candidatura. Há uma série de requisitos a ter em conta como o valor da renda e a localização, entre outros. Todas as informações estão esclarecidas no  Portal da Habitação

Assim que decidir qual a opção a tomar segue-se a fase da escolha do imóvel. Ora bem, aqui é o verdadeiro quebra-cabeças.
Pois bem, para quem vai contrair um crédito habitação tem duas opções ou compra um imóvel já construído ou faz um aos seus gostos, para quem vai arrendar só tem a única hipótese de se sujeitar ao que o mercado oferece.
Ora então falemos de custos. Hoje, contruir ou comprar uma casa tem custos super elevados. O ramo imobiliário está muito valorizado e em algumas regiões a procura é maior que a oferta o que influencia o preço final na compra de um imóvel.
Vejamos! A construção de uma habitação é o caminho mais viável para ter uma habitação totalmente ao gosto pessoal mas há custos antecedentes até ao resultado final. Desde a compra do terreno, o desaterro e o saneamento, o processo de licenciamento, a planta arquitetónica e a construção, os registos notariais, as taxas e impostos, ao fim das contas o valor somado pode não ser o mais propicio. 
Para quem se sujeitar ao que o mercado tem para oferecer então deixem-me que vos diga, vão pôr-vos o cabelo em pé. Vai haver muitos baixos antes de encontra "aquela" que será a casa da sua vida. Quando encontram uma habitação que vai ao encontro do que é procurado ups! é extremamente cara ou já foi vendida. Se encontram uma habitação com o preço dentro das margens estipuladas então o mais provável é precisar de outro tanto para a reparar, ou a sua construção é do tempo da monarquia, ou está numa localização não muito favorável ou, entre outras tantas hipóteses, é um "cubículo". Eu aconselho, antes de iniciar a procura, a estabelecer determinado parâmetros que não podem ser alterados como: o valor, a tipologia e a zona. A partir desses pressupostos então inicia a procura. É muito importante não desanimar, nem entrar em desespero, vão ser mais os desgostos do que as alegrias mas certamente que "ela" vai aparecer.

Para quem procura ajuda numa agência imobiliária deixo um conselho. tenha em conta o comercial que o está a ajudar, aconselho sempre que procurem alguém conhecido ou referenciado por alguém da sua confiança. Se viu uma placa numa habitação e entrou em contacto com a pessoa arranje maneira de ver primeiro o imóvel e, antes que a pessoa lhe atribua um valor, dê logo a sua opinião, reforçando os pontos fortes e fracos que encontrou justificando assim o valor que irá atribuir ao imóvel, por norma, este tipo de vendas tendem a ser exageradas.

Comentários

Mensagens populares