Vamos separar-nos mas não sabemos como contar.


Ok, não há volta a dar. 
Acabou o nosso casamento, o namoro, a união, acabou tudo menos o(s) nosso(s) filho(s).
Ora, quando um casal toma a decisão de se separar há meios e medidas a ter em conta e, se dessa relação, há frutos então há que os poupar às suas desavenças. 
A separação dos pais não tem que, obrigatoriamente, pôr em causa o bem estar emocional do filho. Mas sabemos que cada casal, cada homem, cada mulher, cada família, em cada casa, em cada situação não há modos nem maneiras iguais de agir.
No entanto, há regras a ser seguidas, a separação em si já é um factor que abala a vida do seu filho e há que não complicar ainda mais.
Ao longo deste processo o diálogo e a paciência são a chave para a resolução de muitos problemas e o apaziguamento da dor.

Se a decisão já está tomada, decidida e mais que repensada então há duas coisas primordiais a serem feitas:
1. Contar ao seu filho a decisão tomada.
Este é, provavelmente, o passo mais difícil mas, ainda assim, é o mais importante. Todos sabemos que, desde cedo, as crianças entendem o que se passa à sua volta e se os pais optarem por não lhes contar o que está a acontecer é muito provável que quebrem a sua confiança.

2. A presença dos dois é fundamental.
Seja lá quais foram as razões que ditaram o fim da relação, mesmo que a presença do outro seja incomodativo, a capacidade de comunicar juntos, perante o vosso filho, é muito importante. A presença dos pais (juntos) permite que a criança sinta que a decisão é dos dois e não há ressentimento, ele vai sentir que é inteiramente importante para os pais para que os dois estejam ali a ter aquela conversa tão séria com ele. É importante o seu filho sentir que apesar da separação vocês serão, para sempre, pais dele.

3. Como devo conversar.
A conversa deve ser tranquila e calma deixando, totalmente, de parte as culpas e o tom de agressividade e angustia sentida devido à situação que estão a atravessar. O casal deve transmitir ao filho que sabem a importância da presença dos pais juntos na sua vida. No entanto, devem deixar claro que isso não é possível acontecer, mas que em todos os momentos importantes os pais estarão juntos, em prol da sua felicidade. Por exemplo: nas festas de aniversário, nas festas da escola, etc,. O seu filho deve sentir o amor que sentem por ele, deve reter dessa conversa que apesar de já não serem mais um casal irão ser sempre os pais dele e que certamente o amor por ele será sempre o mais importante. 

4. Os porquês.
É natural que surjam as perguntas, o interesse de saber as razões e os porquês. É importante que as respostas sejam dadas tendo em conta a idade e o desenvolvimento do seu filho. Devem ser, a cima de tudo, respostas claras sem nunca tentar acusar o outro do que está a acontecer. O seu filho não vai precisar de se sentir mais baralhado, ele não precisa de conhecer todos os detalhes, diga-lhe apenas as razões mais naturais que conduziram à separação dos seus pais.


Depois das explicações, dá-se a real separação. Após a saída de casa, de um dos progenitores, decorrem as diversas separações.
Uma separação parece, muitas vezes, ser o caminho mais correto e mais fácil mas, o mais provável, é encontrar o caminho mais longo e penoso.
Após a separação legal é tomada a decisão da guarda e partilha do(s) filho(s). São cada vez mais os casos em que a custódia é partilhada, mas na maioria dos casos é na mãe que recai a responsabilidade da tomada de decisões importantes.
O tempo que a criança passa com cada um dos progenitores muitas vezes é foco de discórdia, em grande parte das situações, as partes tendem a complicar para se prejudicarem não tendo em atenção a estabilidade do filho.

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