After Valentine's Day.


O amor ainda paira no ar. Ainda há um "in love" a sussurrar no café da manhã, na rua, no trabalho e ao deitar na cama. 
Fevereiro, a seguir a Dezembro e Agosto, está no top dos meus meses preferidos. É um mês pequenino e todo ele cheio de amor. Inicia-se com as montras vermelhas, repletas de corações, há trocas e juras de amor por toda a parte. Até quem não tem a quem se declarar mima-se sem jeito. Todos vibram com o Dia dos Namorados, principalmente a economia. O presentinho e o jantar é obrigatório, os mais ousados desfrutam de noites e dias em hotéis ou mesmo de viagens de curta duração. Sempre com o intuito de passar, com a cara metade, dias relaxantes, de pura ternura e carinho.

Mesmo depois daquele dia passar é notável a troca de carinho que se exibe. Levaram todos uma injeção de amor e mel. Não se faz, nem se vê, mais nada.

Até quando?!
Até à reunião de trabalho correr mal, o trânsito estiver interminável, o futebol não correr bem, os amigos desmarcarem aquele jantar semanal, os filhos fazerem uma birra ou até quando "porque sim".

Todo o amor tem a sua dose de chato e maçador. Há dias que não me apetece amar nem ser amada.
E o amor tem destas coisas, estes desamparos pessoais que transmite medo e incertezas a quem com ele partilhamos a vida. E é nestes dias, nestes momentos que procuramos o amor compreensivo, o amor confortante, o amor silencioso, o amor de abraços ao invés de palavras. É precisamente aqui que começamos a partilhar os dias como namorados, como casal, como amigos.

Todos os dias são dias de São Valentim.
Sempre que amparamos as nossas fraquezas, choramos as tristezas e as derrotas no mesmo ombro que sorrimos às gargalhadas, sussurramos ao ouvido e prometemos nunca os abandonar. É dia de São Valentim sempre que chego a casa cansada, stressada e mal humorada, depois daquele dia de cão e vejo um sorriso rasgado, os braços na medida certa para me apanhar e um "olá meu amor" tão ternurento quanto quem o diz, sentado no sofá, do outro lado da porta. É dia de São Valentim quando, relaxada à beira da lareira permaneço aconchegada no peito do meu namorado, caídos no silêncio a ouvir a chuva. É dia de São Valentim todos os dias que eu puser de parte o Meu sentimentalismo egoísta, o Meu quero, posso e mando e praticar mais a compreensão, a tolerância e a partilha. 

É preciso mais Dias dos Namorados, é preciso mais pessoas amorosas, doces, apaixonadas e melosas, o ano inteiro. É preciso casais em paz, para famílias em harmonia. 

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